“Permanecei naquela
mesma casa, comendo e bebendo o que vos oferecerem... Não vos mudeis de casa em
casa.” (Lucas 10:7).
Quando Jesus enviou os
setenta de seus discípulos, de dois em dois, para entrarem nas cidades e
aldeias em busca dos “filhos da paz”, tinha em mente mais do que evangelizar
algumas famílias. Este era apenas o objetivo primário da missão. Na verdade,
eles estavam indo a fim de estabelecer nas casas que os recebessem bases de
operação do reino de Deus.
O Senhor os enviou
“adiante de sua face a todas as cidades e aldeias a onde Ele estava para ir”
(Lucas 10-1). Isso quer dizer que aqueles discípulos deveriam preceder Jesus,
preparando uma casa que pudesse recebê-lo quando ali chegasse, tornando-se sua
plataforma de operações enquanto Ele estivesse naquele lugar.
Quando lemos
desatenciosamente o capítulo 10 de Lucas, podemos imaginar que aquela missão
consistia num contato superficial com algumas pessoas, tipo “evangelismo
fastfood”. Pensamos em Jesus ordenando que seus discípulos fossem e no mesmo
dia, quem sabe ao entardecer, recebendo-os de volta com seus relatórios cheios
de entusiasmo. Entretanto, uma avaliação acurada do texto nos levará a perceber
que não foi assim.
Aquela
missão durou, no mínimo, algumas semanas. Temos vários motivos para crer
nisto... Primeiro eles foram organizados, em duplas,
enviados a diversas cidades e aldeias onde Jesus estava para ir. Deveriam
encontrar uma casa e permanecer nela até que o Senhor chegasse ali. Seriam ao
menos trinta e cinco casas, portanto, em lugares diferentes. Quanto tempo você
acha que Jesus gastaria para percorrer todas elas, parando em cada uma, é
claro, para pregar e abençoar os nativos daquele lugar? Se Ele fosse a uma
“casa de paz” por dia (o que seria bastante intenso e desgastante, pois estamos
falando de aldeias distintas), demoraria mais de um mês para ministrar em todas
e completar a missão.
Mas há outro indício de
que aquela tarefa deveria se estender por vários dias. Jesus mandou cada dupla
de discípulos encontrarem uma casa e permanecer nela, comendo e bebendo do que
lhes fosse oferecido (Lucas 10:7). Não é difícil percebermos que não se tratava
de bater numa porta, entregar um folheto, dizer umas poucas palavras e partir.
Não! O sólido com as pessoas da casa que se abrisse, convivendo ali pelo tempo
suficiente, a fim de preparar aquele lugar para hospedar Jesus quando ali Ele
chegasse e, obviamente, ser cede de sua pregação e de seus milagres.
Ao encontrarem um
“filho da paz”, os discípulos de Jesus deveriam operar em três propósitos:
Primeiro, anunciar a paz, pregar o evangelho a quem estivesse
naquela casa (Lucas 10:5). Depois, enquanto permanecem ali, deveriam curar os enfermos
(Lucas 10:9a), ou seja, confrontar qualquer situação prática que estivesse
comprometendo a paz daquelas pessoas. Isso ia além da ministração de cura.
Quando eles voltaram para dar relatório a Jesus, estavam animados porque os
demônios se lhes submeteram (Lucas 10:17), indicando que durante a missão eles
ministraram também libertação.
Finalmente, deveriam
proclamar a chegada do reino de Deus naquela casa, implantar o governo do
Senhor ali (Lucas 10:9b). Quando o reino de Deus é estabelecido, cessa o
domínio de satanás e cessa também a independência do homem.
Esse é o nosso alvo nos
próximos meses. Vamos sair para encontrar uma casa e estabelecer um
relacionamento de amizade e fé com quem estiver ali, levando-lhes a
oportunidade de salvação e objetivando finalmente que aquele lugar se transforme
na cede definitiva de uma célula, uma base permanente para Jesus operar.
Não
precisamos de muita estrutura humana para fazer isso.
Qualquer crente que tenha passado por um encontro com Deus e traga disposição
no coração pode fazê-lo. Aqueles setenta que Jesus enviou eram novos
convertidos. Jesus os mandou sem bolsa, nem alforje, desafiados a irem apenas
na dependência de Deus (Lucas 10:4 a). Aliás, na equipe de Jesus só havia
crente inexperiente. Ao final do seu ministério, os mais velhos de fé, seus
apóstolos, tinham três anos de conversão! Por isso, eu afirmo que os setenta
eram pessoas neófitas. Até então nunca haviam expulsado um demônio de ninguém.
Isso fica claro na forma deles relatarem a experiência, quando retornaram da
missão (Lucas 10:17).
Você não pode se esquivar desse momento. Não deixe que a timidez, o comodismo ou a falta de compromisso lhe roube dessa grande conquista. “Estamos indo em nome de Jesus” Ele disse: “Quem vos ouve, a mim me ouve; quem vos rejeita, a mim me rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lucas 10:16). Será que isso não basta para sermos obedientes e começarmos a procurar os filhos da paz que nos cabe encontrar, a fim de fazer de suas casas verdadeiras embaixadas do reino de Deus? Você vai dizer “sim” ou “não” a este chamado?
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